Moranguinhos do mato e um tanto de mel
Quase ia me esquecendo de quanto tempo
Minha colheita se faz entre as colinas e o ar
Ouço todos os sons caipiras e a nuvem pára
Quando eu vim para este mundo, há muito
Nunca pensei em voltar ou que tivesse motivo
Hoje uma lágrima corre a garganta e coça
Engasgo e raspo a goela pra fugir o pensamento
Uns contos no bolso, dinheiro nenhum, e fui
Por dentro me fui... pra onde não sei
Já não caibo em mim e esse mundo é um quixó
Ratoeira de gente desprevenida, aluada e só
Como o sucesso convém eu nunca pensei na dor
Portanto nesse vai-vem da vida troquei passos
Perdi prazos, rompi cercas, cortei atalhos e sumi
No mato me achei e me acho, mas acho que errei
Ao errar pelas estradas que somem nos olhos
Encontro gentes malsãs e delas recolho o que trazem
O que dão faz lembrar aquilo que troquei quando vim
Voltar não me resolverá o mal que quero deixar
A solução é sumir e fazer caminho diverso
Assim escrevo linha a linha em desalinho
Perco prazos, rompo cercas, me retalho
Espero o orvalho secar na aba de meu chapéu
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