sexta-feira, 1 de novembro de 2013

OU TUBRO/13


 

Clear, 081013

Muito além da razão de quem não tem
Por mais buscar a sinceridade onde não há
Um sentido sem sentido que desmaia
Desilude e se cala, assim como se deve calar
Um pensar matemático é de admirar
Assim como se admira um bobo e seu discurso
Um por ser incompreensível e o outro também
Firme como uma corda solta sem o que amarrar
Seguindo por uma tal escuridão que só dá desencanto
Sobrou um não sei que que se aninha e mofa
Metamorfose do mofo e do abandono, desrazão
Pra que? Por que? Por quem? O que se dirá?

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Desandanças - 081013

Tudo quanto sei são das trevas
Aquelas que renuncio sem certeza
Tudo por onde ando são breus
Quanto toco carece de luz e
Sofre de tanto esperar em vão
Sofro também, pois nada sei
Neste misto de sim e não
Nisto que aceitamos como vida
Não há, sinto, algo valioso
Seria temerário dizer que há além?
Troco passos em calçadas e afins
Me perco das sobras e de mim

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Presunto - 081013 *

O que acho das coisas de fora e das coisas de dentro?
Em que nisto há importância ou algo que a tenha?
Nos pensamentos há voltas que eles não querem arretar
Eles tem vida, daquele tipo que desvale o tempo gasto
Um achar sem motivo e um motivo sem poder, pra quê?
Assim onde se vai? Dar voltas e nada mais? Pra quê?
Achar que se sabe não é saber e nem é poder

No que acreditar? No que se quer acreditar?
Nada é fácil ou difícil, tudo há que fazer
Palavras de jogos, fáceis, pensamentos vãos
Tempos sem ponteiros, sem norte, sem senso
Nuvens sem chuva e dias sem sol
O vento recolhe as sobras, as sombras
E o sorriso do que não sorri colore o céu
E as palavras se fundem em confusão
E a platéia aplaude, razão de aprovação
E a lágrima seca por conformação
E a galera se agita expiando a paixão
Cair não mais teme rolando no chão

Em que queres acreditar?

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Funeral - 261013

Os textos sobre antas e gias não traduzem antologias
Meus olhos andam atentos e nervosos
Procuram páginas viráveis e memoráveis
Estou tão cansado que gostaria de morrer
Não suporto mais esta luta à toa
Prefiro a poesia que a vida, isto que chamam de vida
Um poeta morto... isto é magno, maioral
Alguém que se esqueça do tempo, de seus efeitos
As glórias... ora as glórias...quem precisa disso?
As memórias são erros que nos perseguem
Esquecemos fácil as vitórias
Onde estão as páginas que nos fazem tremer?

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Avignon – 271013

Nas terras de França a opinião foi outra
d'Aqui não vimos, mas ouvimos falar
Há quem se descuide de querer saber
Há quem nem queira ousar falar
O certo é que nos trópicos de cá
Aprendemos a acreditar e obedecer
Sem discutir nos calamos e esperamos
Quem sabe alguém venha nos salvar
Montados cavalos mancos seguimos
Passos suaves para um líder nos montar

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