Clear, 081013
Muito além da razão
de quem não tem
Por mais buscar a
sinceridade onde não há
Um sentido sem sentido
que desmaia
Desilude e se cala,
assim como se deve calar
Um pensar matemático é
de admirar
Assim como se admira um
bobo e seu discurso
Um por ser
incompreensível e o outro também
Firme como uma corda
solta sem o que amarrar
Seguindo por uma tal
escuridão que só dá desencanto
Sobrou um não sei que
que se aninha e mofa
Metamorfose do mofo e
do abandono, desrazão
Pra que? Por que? Por
quem? O que se dirá?
-x-x-x-x-x-x-x-x
Desandanças - 081013
Tudo quanto sei são
das trevas
Aquelas que renuncio
sem certeza
Tudo por onde ando são
breus
Quanto toco carece de
luz e
Sofre de tanto esperar
em vão
Sofro também, pois
nada sei
Neste misto de sim e
não
Nisto que aceitamos
como vida
Não há, sinto, algo
valioso
Seria temerário dizer
que há além?
Troco passos em
calçadas e afins
Me perco das sobras e
de mim
x-x-x-x-x-x-x-x
Presunto - 081013 *
O que acho das coisas
de fora e das coisas de dentro?
Em que nisto há
importância ou algo que a tenha?
Nos pensamentos há
voltas que eles não querem arretar
Eles tem vida, daquele
tipo que desvale o tempo gasto
Um achar sem motivo e
um motivo sem poder, pra quê?
Assim onde se vai? Dar
voltas e nada mais? Pra quê?
Achar que se sabe não
é saber e nem é poder
No que acreditar? No
que se quer acreditar?
Nada é fácil ou
difícil, tudo há que fazer
Palavras de jogos,
fáceis, pensamentos vãos
Tempos sem ponteiros,
sem norte, sem senso
Nuvens sem chuva e dias
sem sol
O vento recolhe as
sobras, as sombras
E o sorriso do que não
sorri colore o céu
E as palavras se fundem
em confusão
E a platéia aplaude,
razão de aprovação
E a lágrima seca por
conformação
E a galera se agita
expiando a paixão
Cair não mais teme
rolando no chão
Em que queres
acreditar?
x-x-x-x-x-x-x-x
Funeral - 261013
Os textos sobre antas e
gias não traduzem antologias
Meus olhos andam
atentos e nervosos
Procuram páginas
viráveis e memoráveis
Estou tão cansado que
gostaria de morrer
Não suporto mais esta
luta à toa
Prefiro a poesia que a
vida, isto que chamam de vida
Um poeta morto... isto
é magno, maioral
Alguém que se esqueça
do tempo, de seus efeitos
As glórias... ora as
glórias...quem precisa disso?
As memórias são erros
que nos perseguem
Esquecemos fácil as
vitórias
Onde estão as páginas
que nos fazem tremer?
X-x-x-x-x-x-x-x
Avignon – 271013
Nas terras de França a
opinião foi outra
d'Aqui não vimos, mas
ouvimos falar
Há quem se descuide de
querer saber
Há quem nem queira
ousar falar
O certo é que nos
trópicos de cá
Aprendemos a acreditar
e obedecer
Sem discutir nos
calamos e esperamos
Quem sabe alguém venha
nos salvar
Montados cavalos
mancos seguimos
Passos suaves para um
líder nos montar
x-x-x-x-x-x-x-x
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