terça-feira, 23 de outubro de 2018

Esquerda direita

Repetido várias vezes sugere uma marcha
Enquanto esperança, é sem fé
Duas coisas iguais e diferentes
Porém, só existem se coexistirem
Ninguém anda normalmente sem ambas
As pernas, o compasso e o esquadro
Pessoas, bichos e poesia, quente ou fria
Assim como a culpa e o medo
São as pernas que nos deixaram
Onde nos equilibramos até subirmos
Talvez onde o interesse seja cairmos
Contradições de um pêndulo
Alguém deixará de existir por um dos lados?
Vitória sobre a derrota? ou será o contrário!
Temos certezas de que não há certeza
Até onde vejo sucedem erros
E jogar com palavras enquanto gratuitas
Beleza de quem pode e nem de quem quer
Até quando teremos medo de dizer...
Que o que é belo é para esconder?
Um poeta se calar é por coragem?
Aguardar até que não sobrem flores?
No jardim de um Brecht, sem orvalho
Está o árido de uma raça árida
O neo nazo do nazareno se agita
Como um novo nariz que brota amputado
Da cara que não conhecemos, infeliz
Que nos dita de forma dura
Tudo aquilo que nos faz bem feliz
Afinal, nós, o povo, escolhe a coleira
Aquela que aparece de vez enquando
Até consumir o açúcar da bala de fel
Bala, bala, bala... que nem se abala


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