paulovinheiro
26082011
Quando mudei para a minha terra
Aqui encontrei muitos poetas de um só canto
Muitos cantos, mas cada poeta com um só seu
Com o tempo a minha presença os afugentou
Poetas de cantos únicos e perfeitos
Melódicos e sossegados, outros nem tanto
Quando encontraram tantos quanto eu se foram
Em torno de minha casa quando quero canto o faço eu
Entre os de minha raça e espécie
Quando demonstramos arte
O fazemos de forma curiosa
O fazemos por ânsia muita vez
Queremos dizer sem ter o que
Temos o que e sem dizer queremos
Ou dizemos querer sem termos
Pois temos termos sem os dizeres
Amassamos as palavras até chegar à massa
Fazemos da massa o nosso pão
Alimentamos com palavras o que pensamos
E os silvos da selva mudam... se calam
Poesia é pra se dizer e ouvir
É conversa consigo mesmo
É uma simpatia com a razão
Aquilo que une o que se sabe com o que se é
Assim silvano sigo
Entre matas preencho o vão
E nestes espaços espicho um fio
Que se espalha de minha mão
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