sábado, 2 de junho de 2012

Lousa - 2012-04-29

paulovinheiro.blogspot.com

Talvez seja só impressão, talvez.

Há dias atrás, por aí, em local incerto, fui presenteado com um achado.

Encontrei o que me faz imaginar que deveria ser uma coleção de redações de alunos de 5ª. e 6ª. séries do Ensino Fundamental. Tremi e tremo até agora!

Lembro que quando estava nos bancos escolares, numa faixa de aprendizado que se aproximava a desses escritores mirins, nenhum de meus colegas do tipo, quem não tinham acesso à internet, facilidade de consulta a livros, bibliotecas, etc., fariam redações tão conclusivamente “especiais”. Algumas sem sequer uma única palavra. Sem palavras!

O que aconteceu? Isto é, o que está acontecendo?!

O pior de tudo, o que será de nós, o futuro de nossa pátria? Ainda alguém tem essas preocupações?

Nas escolas, acho, em vez de usar a palavra lousa poderíamos usar outra, quadro-negro. Isto dá uma melhor idéia do que está acontecendo.

Se falarmos e não demonstrarmos o que está acontecendo a coisa vai ficar, tipo, obscura, como se fosse uma opinião e não uma constatação, mas quem conhece o nosso “programa de educação” sabe que o que escrevi acima não é fantasia; infelizmente não é; não é teoria; toda controvérsia será falácia.

Fico pensando nos professores. Como lidam com esta catástrofe? Como os diretores das escolas devem, na sua luta diária, se desdobrarem junto a Secretaria de Educação para denunciar aquilo que em pouca amostra se pode evidenciar (será?).

Sabe o que me deixaria apavorado? Seria saber, ou suspeitar, que os professores e educadores em geral achem isso, tipo, normal.

Num futuro próximo não importará mais o idioma português e haverá de acontecer uma reforma ortográfica muito radical, talvez o banimento das regras. Pra que regras? A Gramática pra quê? Pra que palavras escritas?

A propósito pra que reforma ortográfica? Afora as editoras quem pensa nisso? Quem ganha dinheiro com as reedições?

Este é o quadro negro que não se ensina nas lousas, um quadro negro da educação. Qual será a colheita desta distração? Por que nos recusamos a acordar? O que isso pode ter de cômodo? Um novo tipo de cordeirização; uma nova raça de ignorantes ilustrados.

Se eu tivesse menos juízo eu anexaria aqui as imagens das redações para que todos pudessem se banquetear no negror do futuro próximo, o futuro que já chegou.


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