sábado, 24 de novembro de 2012

Perdição - 23112012 *


Cedo feito o dia pelas calçadas cai o sol
Irradia... irradia o perfume do que seria
Daquilo que deixou de ser por não ser
Por jamais ter resistido, ou mesmo existido
Por tantos raios quais tenham partidos do sol
Destes poucos que se achegam à Terra
Fazem luz que desfila aos desatentos olhos
Brilha distraída, despercebida de seus efeitos
Assim como nós que se dão no destino
E de nós como quem desvaímos ao vento
Pela desatenção nos perdendo à toa
Buscando distrações, aparentemente boas

No relógio do destino a areia amontoa
Irrompe na cena um poeta, um ordinário
Qualquer poeta, mais um, um qualquer
Só que é um poeta... poeta que dá pena
O anjo da morte, aquele que dá a morte, pena
Faz que os dias daquele sejam mais longos
Não porque houvesse ele pedido
Nem que por esta omissão fosse aplaudido
... mas que deu dó

Quem da morte conta o belo?
Por que matar os poucos que vêem seu valor?
Portanto que seja eterno em sua marcha
Quem ousa dizer do oculto a sua cor

Que se perca ou que se ache
Nas linhas torcidas pela mente
Que dizem aquilo que não está escrito
Ou que escrevem aquilo que não quer dizer

Pessoa... quer dizer... talvez... Vinícius...
Rosa... proseiam em jardins próprios ou alheios
Imortalizando as suas linhas só por ser
Somente por ser... depois de escrito
Antes disso não... impossível dizer ao certo
A não ser por escrito, que certo é

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