terça-feira, 16 de abril de 2013

Engasgado no Éden *





Engasgado no Éden - 16042013

Em tufos de fumaça que rolam
Em ondas de desinformações
Querências tolas entre bombas
Que explodem entre multidões

Maratona desengonçada partiu
Pedaços de mim e minas gerais
Atravessou a sala e já sumiu
Esperando manchete de amanhã

Não engulo tanta notícia vil
Não sinto medo por estar vivo
Apenas não respiro mais, engasgo
A repetição contínua e histérica

Não sinto medo da morte, morro
Só assim, morrendo a cada dia
Só assim, sobrevivo, sobrevôo
Sobre a vida à toa atolam olhos

E a tv não te vê, faz ver que há
E mesmo não havendo sugere
E conta que faz um faz de conta
E tanta gente tonta despetala

Enterrados em rasa vala resvalam
Revelam seus sonhos toscos mais
Entremeados reclames vendem
Entre meados de maio que virá

Abril, a porta do outono no sul, assim
Que da prima Vera do norte medeia
A esperança da flor atômica e verde
Das florestas frientas do mar sem fim

Querem nosso medo, assim se fartam
Como se nosso medo fosse barato
Mas é barato sim e cara a ignorância
Mas a mais procurada em nosso jardim

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