sábado, 18 de maio de 2013

Velejar velejei 14052013



Entre velas vou ao mar
Por favelas volto à terra
Cruzo o horizonte contrário
Pisando em poças rasas

Crio nas ruas que cruzo
Um clima de aberto silêncio
E os gritos se perdem lá fora
Buscando quem ouça em mim

Sombras, crimes, violências
Um cardápio? O que queres?
A poesia? ela cabe aqui?
Entre balas, tapas e chutes

Concorrer é natural, a poesia não
É comum o esquecer da vida
Viver é arrancar tudo de tudo
Depois de tudo sobrará o nada

Agora podemos sorrir
Arejar os dentes
Morrer entre os vivos
Viver entre os mortos

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