Desencaminhante – 010914
Persigo um caminho mágico que encontra a luz do sol na lua
Ciência de botequim à parte, que se faça a luz aos cegos
O pior das fantasias é nos vermos nelas sendo dominantes
E sabendo que temos de acordar nos revolta a impotência
Para sonhar temos de dormir e o sono não pode realizar
A imaginação sim pode projetar calculando seus objetivos
Porém todo projeto lançado à toa submergirá a si e a todos
Há de se saber juntar e de se saber renunciar às vaidades
Tudo é o que é, sendo feio ou sendo belo, tudo é o que é
Poesia pode ser que seja plantar fantasias, mas melhor seria
Melhor faria, se pudesse plantar alguma coisa inesperada e rica
Nada mais de fazer de conta, como quimeras que se contasse
Palavras que desencaminhassem nossa marcha ao abismo
Que nos levassem, os cegos, aos caminhos da lucidez e da visão
Pra isto acontecer, melhor teríamos que escrever e expressar
Assim, talvez, recuperaremos as vistas e voltaremos a escolher
Há um terrível paradoxo entre saber e acreditar, crer e ter fé
Nenhum comentário:
Postar um comentário