sábado, 2 de junho de 2018


Existo
02-06-18

Hesito, penso e sofro
sem medo e sem sentido
eu me grito metamorfo

na selva que me cerca
me cerco do que vejo
a sobra de tudo se perde

tropeço nas curvas ao norte
reduzo, piso, subo a serra
chego onde não quis ir

o horizonte abre e eu me perco
um vento frio me fere
a retina se furta

entre mim e o infinito
o real e o fantástico recheiam
um desconhecido... aflito

a fuga, o lobo, a pulga
o vento a beliscar a face
o frio a cortar a mente

fatias que caem no chão
pedaços não voltarão
um tudo, um nada

fatais contos urbanos
me lembram horrores
me aprazem contos de fadas

agora, já, não penso
logo, agora, já, existo

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