Avenca,
folha mínima, pequenina, sutil
Girassol
mancha o jardim de amarelo
Roseira
rubra delicada espinha meus olhos
Pêssego
macio brota lá no pomar
Que
bom saber de coisas certas que acontecem
Daquelas
que existem há tantos tempos
Em
todas as eras que se repetem iguais
Folhas,
flores e frutos que sabem seus lugares
As
naturezas de cada uma das coisas se sabem
Aplicam
as suas manifestações seus odores
Repetem
suas cores e cada sabor em sabores
Ual!
Quem lhes ensina e regula nesta rotina?
O
bom de ser humano é que não há regras
Ou
há, mas nossa rotina é a sua quebra, não?
Para
mal certeiro ou para esperança do bem
Como
para quem ignora ou para quem sabe
A
poesia é sim a arte da interpretação do vão
Daquilo
que está entre coisas e despercebido
Não
basta escrevê-la se não há o decifrador
Não
pode ser sempre ingênua e nem só realista
Entre
avencas, folhas, rosas, vermelhos, pomar
Em
jardins de amarelos, de eras, de homens
Na
natureza das coisas humanas, das cores
No
sabor da poesia que não pode ser sempre
Ufa!
Disso o que sobra? O que tenho pra levar?
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