Acordei cansado... por não
dormir direito... por sonhos complexos e incompreensíveis.
Fiz muros a noite inteira.
Fechei todos os vãos que davam
passagem até mim.
Fiquei isolado e não
compreendido, inclusive por mim.
As luzes que iluminam a noite
apagam meus sentidos.
Deito, levanto, reviro... e os
pensamentos lá... parados, me esperando.
Já se faz tarde e ainda durmo e
durmo.
As imagens chegam como se
fossem sonhos e nesses meus dias de trabalho as assisto.
Separo as imagens do dia das da
noite, e só assim entendo sonho e realidade.
Talvez eu não seja tão bom em
separar uma coisa da outra.
Talvez nem saiba quando é dia
ou noite, viver no limite é assim.
Ao amanhecer, ou ao entardecer,
a transição da fantasia para o que não é... É.
Realidade é coisa que apavora.
Quem a quer? Quem, de verdade, procura por ela?
Ninguém quer saber como ou o
porque.
Todos queremos o fruto ou o
sabor, nada mais.
O que de verdade assustaria as
pessoas é que nada existe... da mesma forma que tudo existe.
Na forma de entendimento que
temos, ou nas nossas confusões, tudo e nada são iguais.
Quem sabe a noite acabará
quando o sol nascer?’
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