A que há de se ter sem jamais a ter querido
Posto que se lhe a querer é sinal de a ter perdido
Onde viver deveria apenas se ir vivendo
Se perde em desvios o senso que eu pensava ter
À minha frente só está a verdade que distraio
E para não encontrá-la conto mil contos
Fecho meus olhos e nada ouço, não quero
Reabro a ferida para ali encontrar descanso
Um novo dia para o mundo está a raiar
De minha janela, eu absorto, relembro
Do passado, nutro este e aquele momento
Até que desuso pensar e o sono me abraça
Dentro deste novo mundo vivo o velho
Que teimo em não deixar trazendo sofrimento
Revivo em cada canto sonho e desencanto
E neste mistério, e entre sonhos me revelo
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