sábado, 29 de agosto de 2015

Não existe molhado igual ao pranto 151114

Como quem perde a liberdade quer ver
Como busca a fresta que se abre na parede
Como cala e desespera quem desencanta

Mãos na cara abrem os olhos
E distingue entre cromas
A visagem daquilo que não foi

Regatos correm no mapa de minha cara
Pele trincada como o solo sequeiro
Na fronteira da vida vejo a descontinuação

Pela liberdade reforcei as barras da prisão

Quando será o dia que me desapego?
Quebro minhas correntes e me repedaço
Junto minha alma à minha vida
E saio inteiro desta gaiola de ilusões?

Quando lerei exatamente o que foi escrito?
Quando a fantasia deixará de me perseguir?
Pois não há grades, nem lágrimas, nem nada

Acreditei e me consumi
Procurei e me perdi
Busquei por mim fora de mim

Devo perfazer caminho contrário


* o titulo se relaciona ao nome de letra de uma das musicas de Ze Ramalho 

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